Com a alta rotatividade de talentos, as empresas enfrentam um risco silencioso e crescente: a perda de conhecimento tácito.
Chamamos de tácito aquele saber não documentado, adquirido por meio da experiência prática, que muitas vezes não está formalizado em manuais, fluxogramas ou sistemas de gestão do conhecimento.
Importante destacar que a transformação digital trouxe avanços extraordinários, mas também impôs um novo ritmo ao mercado de trabalho, especialmente no setor de tecnologia.
No contexto de inovação aberta, metodologias ágeis e ciclos de desenvolvimento cada vez mais curtos, proteger o capital intelectual tornou-se uma prioridade.
O reconhecimento e proteção a este tipo de conhecimento é cada vez mais importante para garantir a continuidade operacional e preservar a competitividade em todos os ramos.
Na Powerjus, temos acompanhado de perto os impactos desse cenário nas empresas de tecnologia e inovação.
Atuamos por meio de consultorias especializadas em ativos intelectuais, oferecendo soluções personalizadas para proteger não apenas os direitos formais (como marcas, patentes e softwares), mas também o conhecimento tácito que reside nas pessoas.
Onde mora o risco: o que exatamente é o conhecimento tácito?
Diferente do conhecimento explícito — que pode ser facilmente registrado, arquivado e compartilhado — o conhecimento tácito envolve experiências pessoais, intuições, habilidades práticas e rotinas não documentadas.
Estamos falando de processos internos únicos, métodos de desenvolvimento de software e estratégias de negociação com clientes-chave.
Também estão contemplados o know-how sobre gestão de infraestrutura tecnológica e até detalhes de programação, prompts e códigos-fonte que apenas determinados colaboradores dominam.
Quando um talento estratégico deixa a empresa, esse conteúdo valioso vai embora junto, abrindo espaço para riscos como:
- Perda de produtividade.
- Dispersão de inovação.
- Recriação de processos do zero.
- Vazamento de informações sensíveis para concorrentes.
Como as empresas podem reagir? Estruturando um sistema jurídico de proteção ao conhecimento tácito
O primeiro passo é reconhecer que a proteção do conhecimento tácito passa, obrigatoriamente, por uma abordagem jurídica preventiva e estratégica.
Na Powerjus, auxiliamos nossos clientes na criação de um verdadeiro Programa de Governança da Propriedade Intelectual e do Conhecimento que envolve três pilares:
Mapeamento de Ativos Intelectuais Informais
Fazemos um levantamento detalhado dos fluxos de informação e dos pontos críticos de geração de conhecimento tácito dentro da organização. Isso inclui:
- Identificação de funções e cargos estratégicos.
- Avaliação dos processos nos quais o conhecimento não está documentado.
- Análise de vulnerabilidades jurídicas.
Acordos Jurídicos Personalizados:
Uma das ferramentas mais importantes é o Acordo de Confidencialidade (NDA). Mas, atenção: NDAs genéricos têm eficácia limitada. Nós desenhamos documentos jurídicos alinhados à realidade operacional da empresa, com cláusulas específicas que abrangem:
- Dever de confidencialidade antes, durante e após a vigência do contrato de trabalho.
- Definição clara do que é considerado informação confidencial (incluindo software, métodos, códigos, bancos de dados, etc).
- Previsão de penalidades em caso de descumprimento.
- Regras sobre a não concorrência e não solicitação de clientes e colaboradores (quando juridicamente viável).
Cultura Organizacional e Educação Jurídica Interna
De nada adianta termos contratos fortes se as lideranças e os times não estiverem alinhados com a importância da proteção do conhecimento. Por isso, realizamos treinamentos jurídicos customizados, abordando temas como:
- Direitos e deveres relacionados à propriedade intelectual.
- Boas práticas de documentação interna de processos e soluções.
- Política de proteção de dados e compliance digital.
Para exemplificar esta dinâmica, citamos o caso de uma startup de tecnologia cliente da Powerjus, que percebeu, após a saída de um desenvolvedor sênior, que boa parte do seu código estava sem documentação.
Isso gerou um atraso significativo no roadmap de produtos. Após nossa consultoria, implementaram um protocolo interno de versionamento e registro jurídico de software.
Além disso, a empresa reforçou os NDAs e acordos de propriedade intelectual com todo o time técnico. Até mesmo o acordo de sócios e os contratos de trabalho passaram a refletir esta visão.
A importância de vincular a proteção jurídica à estratégia de inovação
Proteger o conhecimento tácito não deve ser encarado apenas como uma medida de defesa. Trata-se de uma iniciativa que fortalece a cultura de inovação da empresa.
Quando os colaboradores sabem que existe uma política clara de governança da propriedade intelectual, eles se sentem mais seguros para contribuir com novas ideias e compartilhar know-how, em um ambiente com regras transparentes.
Além disso, investidores e parceiros comerciais enxergam valor quando percebem que a empresa adota boas práticas de proteção dos seus ativos intangíveis.
Isso pode impactar diretamente em rodadas de investimento, processos de due diligence e parcerias estratégicas.
Conclusão: Não deixe o conhecimento tácito ir embora pela porta da frente
A gestão jurídica estratégica da propriedade intelectual é um dos pilares para sustentar o crescimento das empresas, especialmente em um ambiente de alta rotatividade.
Na Powerjus, oferecemos não apenas consultorias técnicas para proteção de ativos intelectuais, como também mentorias direcionadas a líderes de inovação e gestores jurídicos, com foco no desenvolvimento de políticas internas e na criação de uma cultura de proteção ao conhecimento.
Se a sua empresa ainda não tem um programa estruturado para mitigar os riscos da perda de conhecimento tácito, esse é o momento de agir.
Vamos conversar? A Powerjus pode ajudar a proteger o maior patrimônio da sua empresa: o conhecimento que move o seu negócio.
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